Equipamentos adquiridos especialmente para a prevenção e combate a Covid-19 estão sendo utilizados. A ação representa mais um reforço das medidas sanitárias adotadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.
Todas as 195 unidades prisionais de Minas Gerais, dentre penitenciárias, presídios, centros de remanejamento e unidades de saúde realizam nesta terça-feira, 5/5, uma ação simultânea de limpeza e desinfecção. As áreas estruturais como celas, pátios, áreas administrativas e técnicas, portarias, guaritas e, também, veículos passam por higienização. A partir desta semana, a ação simultânea está programada para acontecer todas as terças-feiras.
O diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), Rodrigo Machado de Andrade, destaca que a iniciativa conta com o apoio e dedicação dos diretores regionais e dos diretores gerais das unidades prisionais. “Esta ação, aliada a outras já implantadas, traz mais segurança e tranquilidade para os detentos, servidores e seus familiares”, esclarece o diretor-geral do Depen.
A ação, feita em forma de mutirão, com mão de obra prisional, reforça as ações preventivas que já foram adotadas e têm sido praticadas no sistema prisional. Um dos protagonistas desta mobilização no combate a Covid-19 é o pulverizador ou bomba de costas, utilizado para aplicar a solução de água com hipoclorito — água sanitária — em todas as instalações prediais e viaturas do sistema prisional.
Neste cenário, entra em ação também a lavadora de alta pressão. Para isto, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) distribuiu 250 unidades do pulverizador e 200 da lavadora. Além de aproximadamente 2 mil botas e botinas, álcool em gel e líquido e mais de 22 mil caixas de luvas para procedimentos diversos, juntamente com os itens normalmente utilizados nas limpezas de rotina, como detergente, desinfetante, sabão e sabonete.
No Complexo Penitenciário de Ponte Nova, na Zona da Mata, uma das unidades pioneiras na confecção de máscaras de proteção a Covid-19, a diretora de atendimento Aline Araújo explica que as orientações sobre os protocolos de limpeza e higiene se tornaram mais intensos desde o início da pandemia. “Somos muito cuidadosos na manutenção e limpeza do Complexo Penitenciário, esta é a melhor forma de prevenir e combater os principais tipos de patologias, especialmente no ambiente carcerário”, reforça a diretora.
Na mesma região do estado, o diretor-geral Bruno Aguiar, da Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, comemora a chegada dos novos equipamentos. “Eles facilitam bastante o trabalho de limpeza dos pavilhões, de uma forma mais eficiente. É incontestável que esta e outras medidas são fundamentais no combate ao novo coronavírus”, destaca Bruno Aguiar.
Na região do Triângulo, o diretor administrativo Márcio José dos Santos, do Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, valoriza a importância da ação e ressalta que estão “todos empenhados no trabalho de conscientização e limpeza sistemáticas das unidades prisionais”.
Outras medidas
Para combater a disseminação do coronavírus em todo o ambiente prisional, a Sejusp tem atuado em várias frentes. Em relação a disseminação do vírus, por meio de contato com o público externo, as visitas foram suspensas, para evitar a circulação de pessoas externas, assim como a entrega, até então opcional, de kits suplementares contendo alimentos, remédios entre outros itens, para evitar a circulação de materiais contaminados. Destaca-se que esses itens continuam sendo fornecidos pelas unidades prisionais e recebidos, ainda, via Correios.
No sentido de evitar a contaminação por novos presos foram criadas 30 unidades de referência, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos detentos do sistema prisional. As pessoas que são presas em Minas Gerais são encaminhadas para uma unidade específica em cada região e ficam por um período de 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, são levadas a novas unidades prisionais.
No caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da Covid-19, o protocolo é o seguinte: isolamento imediato, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento em hospital, com escolta do sistema prisional.
Para evitar o contágio via profissionais de segurança, as escalas de trabalho foram dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses profissionais intra e extramuros e equipamentos de EPI estão sendo distribuídos nas estruturas prisionais.
Texto: Bernardo Carneiro
Fotos: Divulgação Sejusp