Foram investidos cinco mil reais provenientes de verbas pecuniárias administradas pela Asmec
Dez presos de Vespasiano formaram-se nesta terça-feira, 14.05, no Curso de Elétrica e Pequenos Reparos que foi oferecido dentro da unidade prisional, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As aulas foram ministradas pela Associação Mineira de Educação Continuada (Asmec), por meio de parceria da Diretoria de Ensino e Profissionalização da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap).
A formação de 40 horas/aula foi realizada por meio de aulas teóricas em um galpão de trabalho do presídio, que teve a parte elétrica totalmente reformada, como parte das instruções práticas. Houve um investimento de cinco mil reais, provenientes de verbas pecuniárias administradas pela Asmec.
A associação atua há mais de nove anos na qualificação e inclusão de portadores de necessidades especiais e egressos do sistema prisional e tem sido parceira assídua dos projetos da Seap.
Segundo Paula Franco, pedagoga responsável pelos projetos educativos da unidade prisional, o curso é um exemplo de perspectiva concreta para o futuro egresso do sistema prisional. “Por meio de atos educacionais e profissionalizantes, podemos promover a humanização do sistema prisional, sendo estes os mais importantes instrumentos de reintegração do indivíduo”. Paula acrescenta que nenhuma pessoa, enquanto criança, tem o sonho de se tornar alguém à margem da lei, e que criar condições para a pessoa viver com dignidade é uma tarefa desafiadora, devendo contar com o apoio de toda a sociedade.
O curso foi oferecido exclusivamente para presos do regime semiaberto, por estarem mais próximos da condição de egressos. A escolha dos alunos foi baseada no histórico do preso e passou também pela avaliação da Comissão Técnica de Classificação.
Para este ano, existe ainda a previsão de mais três cursos a serem oferecidos na unidade prisional: o de práticas de cozinha, manutenção hidráulica e cabelereiro.
Ressignificação
As atividades educacionais e profissionais que têm por objetivo a ressocialização de um indivíduo privado de liberdade não é uma tarefa simples, mas para os profissionais que lidam no dia a dia com esse objetivo, somam-se os casos em que a mudança de perspectivas do interno foram profundas e reais. A assistente social Franciele Rodrigues destaca o caso de um interno, considerado por ela um exemplo de ressocialização completa. “Ele chegou sem o estudo e aqui concluiu o ensino médio e frequentou cursos profissionalizantes. Observamos melhoras reais de comportamento até o cumprimento total da pena. É um caso que levo para a vida, pois foi uma experiência muito válida”.
A presidente da Asmec, Andreia Ferreira afirmou durante a cerimônia de formatura que uma das principais contribuições dos cursos, além da profissionalização, é a ressignificação de valores que a atividade pode proporcionar aos alunos. “Nosso objetivo aqui não é o de ensinar uma ocupação, mas o de trazer à tona o que vocês têm de melhor. Demonstrar na prática a importância dos vínculos, afetividade e trabalho em equipe, princípios fundamentais para se viver em sociedade”.
Estiveram presentes na solenidade o coordenador de Núcleo de Educação Profissional, Hugo Queiroga; o diretor do Presídio de Vespasiano, Paulo Rogério Alves Santos; o diretor adjunto do Presídio de Vespasiano, José Alexandre Alves Rego, e a presidente da Associação Mineira de Educação Continuada, Andreia Ferreira.
Por Rangel de Oliveira
Fotos: Dirceu Aurélio / Ascom Seap