As obras foram iniciadas no dia 16 de janeiro e serão concluídas ainda em fevereiro; três detentos atuam na parceria
Em Malacacheta, na região do Vale do Mucuri, a direção do presídio uniu forças com a unidade da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) local para proporcionar aos detentos a oportunidade de contribuírem com a comunidade. Para auxiliar no processo de reinserção dos custodiados na sociedade, as unidades prisionais buscam firmar iniciativas de cooperação com diversas instituições, incluindo as entidades sem fins lucrativos, como é o caso dessa parceria com a Apae.
Desde a segunda quinzena do mês de janeiro, três custodiados do Presídio de Malacacheta têm trabalhado na obra de reforma das instalações da associação. Os detentos foram selecionados para as atividades laborais por terem concluído, em novembro de 2024, um curso profissionalizante de pedreiro e eletricista oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Embora cumpram pena em regime fechado, eles são escoltados três vezes por semana até a área de trabalho, recebendo o benefício de remição da pena.
O diretor da unidade prisional conta que a oportunidade para firmar a parceria com a organização surgiu após um evento promovido pela própria Apae para celebrar o Dia das Crianças. Walace Pereira Batista explica que, na época, o Presídio de Malacacheta atuou como colaborador na campanha de arrecadação de brinquedos que seriam distribuídos para as crianças durante a comemoração.
Cerca de quatro meses depois, a iniciativa de cooperação foi formalizada e, após alguns dias, os custodiados deram início ao trabalho. “O presidente da intuição nos enviou um ofício em janeiro deste ano, solicitando apoio nas manutenções e reparos da instituição”, conta o diretor.
A coordenadora da associação, Eliane Alves Abrantes, disse que a concretização da parceria é de grande importância para a instituição, que conta com o apoio da comunidade local para manter suas atividades. “Graças a esta parceria com a Polícia Penal estamos conseguindo reformar nossa sede. A instituição não dispunha de recursos para realizar a reforma, e a mão de obra seria muito dispendiosa para nós”.
Entrega à vista
Com a proximidade da conclusão da obra, prevista para acontecer ainda em fevereiro, os custodiados que participaram da reforma contam como foi enriquecedor contribuir com a comunidade.
Para Edward Gomes Pinto, “foi gratificante saber que os ensinamentos que aprendi, eu consegui colocar em prática e ajudar pessoas especiais. Em todos os serviços que já realizei, mesmo antes de ser preso, foi uma das melhores coisas que já fiz, principalmente em saber que contribuí no meio social. Sempre que surgir oportunidades como essa quero participar".
Texto: Jaíne Cramer
Fotos: Divulgação Sejusp