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Penitenciária de Muriaé cria projeto de produção de mudas para abastecer hortas do Sistema Prisional

Mais de mil mudas são produzidas semanalmente e distribuídas entre unidades prisionais e instituições públicas

A dificuldade em conseguir mudas na Zona da Mata fez a equipe de produção da Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, em Muriaé, criar o projeto Mudar – Semeando o Futuro. O custo e benefício é algo que se destaca, com a iniciativa são mais presos trabalhando na unidade prisional, e economia para outras unidades e instituições que agora recebem as mudas de hortaliças. A produção começou em março e até o momento mais de 25 mil mudas de alfaces crespas já foram entregues. Dois presos ficam responsáveis pela fabricação, que só precisa de sementes e substratos.

As técnicas de produção das mudas foram repassadas aos presos pelo agente de segurança penitenciário, Hugo Marcos, formado em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e faz parte da equipe de produção da penitenciária. Por enquanto, as mudas são feitas em um lugar adaptado, a intenção da direção é construir um viveiro.

Segundo o diretor de Atendimento e Ressocialização, Eduardo Nonato, tal iniciativa não seria possível sem o empenho da sua equipe. “Uma ideia simples, de baixo custo e de grande alcance. E que ainda em fase experimental tem dado bons resultados. A ideia é conseguir meios para que o projeto seja inserido nas Risp’s (Regiões Integradas de Segurança Pública), gerando oportunidade de trabalho e qualificação profissional aos sentenciados e otimizando para as unidades interessadas, insumos, nesses casos mudas de hortaliças, para terem sua própria horta”, explica o diretor.

Quatro unidades prisionais já receberam as mudas: Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim; Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora; Presídio de Eugenópolis; e a Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, que funcionará como polo de distribuição da produção. Só nesta semana, 10 mil mudas foram deixadas na unidade de Ribeirão das Neves.

O primeiro destino das mudas é a horta situada na área externa da unidade. O espaço é mantido em parceria com a prefeitura da cidade, que disponibiliza insumos e ferramentas. A unidade prisional disponibiliza o local e a mão de obra de sete presos. Diversas hortaliças são produzidas, como, alface, couve, mostarda, repolho, e em breve algumas leguminosas. Toda a produção é destinada para o Projeto Municipal Cesta Cheia, que atende famílias de baixa renda de Muriaé. Por enquanto trabalham apenas os sete presos, mas a intenção é aumentar esse número gradativamente.

Projeto social

Uma das instituições que irão receber as mudas é o Programa AABB Comunidade, criado pela Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Muriaé, Fundação Banco do Brasil, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. O projeto existe há mais de 20 anos e atende cerca de 100 crianças de comunidades carentes da cidade. Três vezes por semana a ação social atende crianças em atividades culturais, pedagógicas, esportivas e assistenciais.

A novidade é que o local agora contará com uma horta. A preparação do espaço será feita pelos presos da penitenciária, que também doará as mudas para serem usadas na plantação. As crianças irão cultivar hortaliças no local e parte do que elas produzirem poderá ser levado para as suas casas. O novo projeto sobre o meio ambiente tem como objetivo incentivar o hábito de alimentação saudável nas crianças e também proporcionar uma vivência concreta e prazerosa do estudo das plantas.

Diversidade

Além da horta, a penitenciária possui mais três parcerias de trabalho com a prefeitura de Muriaé. Uma é o com o Departamento de Saneamento Urbano, autarquia ligada ao poder executivo, na qual 20 presos dedicam-se à limpeza urbana. Mais 30 presos são disponibilizados para a municipalidade, os quais atuam no combate à dengue, coleta seletiva, tapa buraco de rua e no Departamento de Trânsito, e outros cinco presos prestam serviço na Secretaria de Obras.

Dentro da penitenciária há três oficinas da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) com produções para consumo do sistema prisional: fábrica de vassouras, com quatro presos; oficina de manutenção de máquina de costura, com dois presos; e uma fábrica de chinelos, com dez detentos.

Vinte e sete presos estão empenhados em atividades de manutenção da unidade prisional, como limpeza, lavanderia, jardinagem e reciclagem. Há também 154 detentos produzindo artesanato nas celas e 11 presos em parcerias com empresas privadas.

Por Fernanda de Paula

Fotos: Dirceu Aurélio/Ascom-Seap

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