Pela primeira vez na história do sistema prisional mineiro uma força-tarefa irá recensear os internos das 197 unidades prisionais
De forma inédita, desde às 8h desta sexta-feira, 15.03, todas as 197 unidades prisionais administradas pelo Estado estão em uma força-tarefa para a realização do primeiro censo do sistema prisional. De forma concomitante e em um único dia, todas as unidades farão a contagem dos seus internos e a conferência de informações relativas aos presos que constam nos sistemas utilizados para a gestão do sistema prisional, como o SigPri, por exemplo.
Todos os prontuários de detentos estão sendo conferidos um a um. Em caso de duplicidade de informações, os dados estão sendo corrigidos e as inconsistências estão sendo reparadas. A ideia é qualificar os dados do sistema prisional, desde pequenos detalhes, como grafia do nome do interno nos sistemas ou data de nascimento errada, por exemplo, até informações equivocadas que possam constar no prontuário do preso.
Para a realização do censo não houve movimentação de presos entre unidades prisionais, exceto os casos de escoltas hospitalares ou audiências. O dia foi reservado especificamente para a realização das conferências individuais em cada cela para que eventuais inconsistências sejam sanadas. Para o diretor-geral do Presídio Professor Jacy de Assis, localizado em Uberlândia, Luciano Evangelista Cunha, o censo é importante para corrigir e até mesmo reforçar a necessidade de sanar problemas já identificados, como por exemplo, os possíveis nomes falsos que são relatados na admissão do preso.
Além da verificação dos dados, com a realização do censo, as unidades passarão a ter no sistema a localização física exata do preso dentro do presídio ou penitenciária, já que estão sendo verificados em qual cela e pavilhão determinado indivíduo está acautelado.
O diretor de ressocialização do Presídio de Itajubá, Leandro Palma, relata que a força-tarefa está sendo realizada de forma tranquila na unidade prisional, que fica localizada no Sul de Minas, e ressalta a importância desse tipo de trabalho para o sistema prisional. “Estou há 12 anos no estado e não me recordo de termos realizado uma conferência dessa forma. Tenho certeza que os eventuais problemas encontrados serão sanados e isso gera um ganho muito grande para o sistema como um todo”, disse.
Sistemas informatizados
Os sistemas informatizados são grandes aliados na gestão prisional. O SigPri, lançado há um ano, é responsável por armazenar e gerenciar as informações do Sistema Prisional. A nova ferramenta substituiu o INFOPEN (Sistema de Informações Penitenciárias) que usava a Plataforma Alta Main Fraime que exigia o uso de comandos complexos em uma tela de interação de difícil visualização.
Disponível na WEB (Rede Mundial de Computadores), o SIGPRI oferece um visual mais atrativo, agregando os conceitos de navegabilidade e usabilidade comuns às páginas da internet garantindo consultas mais dinâmicas e objetivas para os usuários, além da possibilidade de acesso de qualquer computador ou smartphone, o que garante o acesso à informação a qualquer hora e em qualquer lugar, facilitando a consulta dos gestores.
Por Flávia Lima
Fotos: Dirceu Aurélio