Operação foi uma grande resposta do Estado sobre os recentes ataques a ônibus coletivos que acabaram tirando de circulação 79 veículos deste porte
Lideranças do crime organizado envolvidas em ataques a ônibus e prédios públicos no estado foram alvos nesta quinta-feira, 05.07, de uma operação conjunta da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e das polícias Civil e Militar. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em Contagem, Passos, Uberaba, Uberlândia, Guaxupé, Patrocínio, Três Corações, Cambuí, Ituiutaba, Pará de Minas, Alfenas, Itaú de Minas e Bom Repouso. Durante a ação foram apreendidos 29 celulares, computadores, anotações do tráfico e da organização criminosa e drogas. Três lideranças de facção foram presas. Agentes de segurança penitenciários conduziram as buscas dentro das unidades prisionais.
A operação foi realizada em dez presídios e penitenciárias do Estado onde estavam parte dos indivíduos investigados. Os 28 denunciados são membros de uma organização criminosa e ocupam função diretiva. Deles, 25 encontram-se presos nos estabelecimentos prisionais visitados nesta manhã durante a operação. Um dos alvos está recolhido no Presídio Federal de Campo Grande. Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, os outros dois denunciados soltos são foragidos e não têm endereço conhecido, razão pela qual não foi requerida medida de busca e apreensão.
Em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, 05.07, na Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte, representantes dos órgãos envolvidos na operação falaram da importância do combate ao crime organizado. As 28 pessoas eram investigadas pela prática dos crimes de organização criminosa com emprego de arma de fogo, associação para o tráfico, incêndio em edifício público e veículo de transporte coletivo e dano qualificado.
Os presos serão mantidos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com isolamento dos demais detentos e restrições a benefícios previstos na Lei de Execução Penal. O secretário de Estado de Administração Prisional, Sérgio Barboza Menezes, esclareceu que os detentos que ficarão em regime RDD terão seus direitos reduzidos, como banho de sol e visitação. A ideia é que estas lideranças fiquem sem comunicação com demais presos e com comunicação restrita a poucos visitantes.
Ataques no estado
Conforme dados das forças de segurança do estado, até junho deste ano foram registrados 105 ataques a ônibus, delegacias e prédios públicos em 40 cidades mineiras. Foram presas 90 pessoas envolvidas nesses crimes, e apreendidos 16 adolescentes.
Segundo a promotora e coordenadora do Gaeco, Cássia Virgínia Gontijo, a operação "1533" pode finalmente dar um fim aos ataques a ônibus, já que agora os líderes ficarão incomunicáveis com aqueles bandidos que foram "batizados" pelo PCC e ainda não estão atrás das grades.
"Nós já tivemos em Minas a prisão de diversos executores que ateavam fogo nos ônibus. Agora são os mandantes que estão nesta situação diferenciada. É uma grande resposta do Estado a esses ataques", disse.
